A análise de riscos deve fazer parte da rotina de planejamento estratégico de todas as empresas. Por meio dessa prática, é possível evitar diversos tipos de problemas — inclusive, os de ordem financeira.
No post de hoje, você vai aprender um pouco mais sobre a importância da análise e, também, como realizá-la em apenas 4 passos.
A importância da análise de riscos
Qualquer ação humana está sujeita a riscos. Se você sai na rua, está sujeito ao risco de sofrer um acidente ou um ato de violência, certo? Porém, sabendo disso, você toma medidas para reduzir essas ameaças — como andar com mais atenção, fechar o vidro do carro nos semáforos e não carregar muito dinheiro na carteira.
Além disso, você, com certeza, tem um plano de emergência, caso essas medidas não funcionem: um parente para o qual você pode pedir ajuda ou o número da polícia na discagem rápida do telefone.
Em um contexto empresarial, a realidade é muito similar, pois qualquer decisão ou atividade traz um risco, como:
- investir em uma ação de marketing e conseguir pouco retorno em vendas;
- desenvolver um novo produto e não obter uma boa recepção dos consumidores;
- organizar um treinamento para sua equipe e não ver impacto no desempenho;
- trocar o sistema informatizado e perder dados importantes.
Por isso, antes de agir, é preciso analisar quais são as ameaças prováveis e traçar estratégias para reduzir a possibilidade de que elas ocorram — além de determinar medidas para lidar com o pior cenário.
Essas estratégias e medidas podem livrar o negócio de grandes problemas, como perdas financeiras ou o enfraquecimento da marca. Ou seja, dedicando um pouco mais de tempo à fase de planejamento, você pode evitar muitas dores de cabeça no futuro.
Como fazer uma análise de riscos
Agora, você vai conhecer os quatro passos básicos de uma análise de riscos. Por meio dessas etapas, é possível identificar os riscos e traçar estratégias para lidar com eles da melhor maneira. Confira:
1. Determine a situação a ser analisada
Uma análise de riscos é sempre feita a respeito de uma situação específica. Você não pode fazer uma única análise para várias decisões ou para atividades diferentes.
Imagine, por exemplo, uma empresa que está passando por uma reestruturação ou por um reposicionamento. Incontáveis mudanças estão em jogo aqui — cada uma com suas próprias consequências. Assim, é necessário desmembrar o processo nas diferentes ações que o compõem, a fim de avaliar os riscos de cada uma.
2. Defina os possíveis resultados negativos da situação elencada
Como já vimos, qualquer situação tem um risco inerente (ou mais de um). No item anterior, citamos alguns exemplos. Nessa etapa, você deve fazer a mesma coisa: em relação à situação analisada, pergunte-se: o que pode dar errado?
Muitas pessoas que trabalham na área de gerenciamento de projetos também falam em riscos positivos, um assunto que vamos abordar novamente ao longo do texto. Se você quiser incluí-los em sua análise, a pergunta será um pouco diferente: quais são as possíveis consequências positivas, que não constituem um objetivo primário (ou não fazem parte do planejamento), mas poderiam surgir durante o processo?
3. Estipule o grau de cada risco
Até aqui, você já levantou os possíveis riscos. Agora, é hora de determinar o grau de cada um. Existe uma fórmula matemática para isso: calcule a probabilidade de ocorrência vezes a gravidade do resultado. Cada um desses fatores é representado por um número, dentro de uma escala (por exemplo, 1 – 3 – 5).
Essa técnica permite priorizar as ações para riscos de alto grau — aqueles que têm alta probabilidade de ocorrer e, ao mesmo tempo, geram resultados mais graves. Enquanto isso, os riscos que dificilmente vão acontecer, e aqueles que geram resultados de baixa gravidade, podem ser analisados posteriormente.
4. Defina suas estratégias
Finalmente, é hora de definir o que você vai fazer a respeito do risco identificado. Tradicionalmente, o mundo da gestão reconhece cinco tipos de estratégias: aceitar, evitar, transferir, mitigar e explorar. Veja cada uma delas em detalhes.
Aceitar riscos
Significa que você só vai fazer alguma coisa se — e quando — o risco se concretizar. Normalmente, essa estratégia é usada para os riscos de menor grau. Afinal, a chance de acontecer e o impacto são pequenos. Portanto, não vale a pena gastar tempo — e dinheiro — com essas ameças menores.
Evitar riscos
É exatamente o oposto da estratégia anterior. Significa mudar totalmente o plano de ação para não ter nenhuma chance de encarar a ameaça em questão. É uma alternativa mais adequada para riscos de alto grau.
Transferir riscos
A ideia por trás dessa estratégia é transferir o risco para uma outra empresa — algo que pode ser feito quando você trabalha em um projeto que envolve diferentes partes. É uma prática mais comum do que parece. Essencialmente, todo processo de terceirização implica em transferir os riscos da atividade para o terceiro que a executa. Isto é, outra parte fica responsável por erros, atrasos, falhas de qualidade e acidentes.
Mitigar riscos
Basicamente, envolve tentativas de reduzir o grau do risco. Não é uma estratégia com garantia de sucesso, como no caso de conseguir evitar completamente os riscos, mas é menos drástica. Portanto, é uma boa alternativa quando a mudança de planos representa uma perda muito grande ou, simplesmente, não é possível.
Explorar riscos
Essa estratégia é usada quando temos um risco de impacto positivo (isto é, a possibilidade de que algo bom aconteça). Por isso, é focada em aumentar o grau do risco — para aproveitar todas as oportunidades que podem surgir.
Idealmente, você não vai trabalhar apenas com uma dessas estratégias, mas com um conjunto. Dessa maneira, é possível blindar a decisão ou a atividade contra as ameaças, aumentando as chances de sucesso. A garantia nunca é total, mas a meta deve ser atingir o maior patamar de segurança possível, a fim de preservar a empresa.
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