Gestão de riscos corporativos: um passo a passo para a sua empresa

Falar sobre gestão de riscos corporativos é sempre um desafio. O tema ganhou tanta importância e dimensão nos últimos anos que é muito difícil abordá-lo com a profundidade que merece.

Diante disso, preparamos este material com o objetivo de detalhar inúmeros aspectos sobre o tema e servir como um verdadeiro guia, para que você coloque essa metodologia em prática na sua empresa.

Nos próximos tópicos, você entenderá melhor o que é a gestão de riscos, conhecerá as principais situações a que uma empresa está exposta, aprenderá como identificá-los e terá acesso a tudo o que precisa saber sobre o assunto.

Portanto, se você está em busca de um material completo e que seja capaz de ajudar o seu negócio a evitar prejuízos e danos à imagem da marca, acaba de encontrá-lo! Continue atento e aprenda um pouco mais!

Entenda em que se baseia a gestão de riscos corporativos

Para que o entendimento deste material seja mais fácil e você consiga extrair o máximo de informações possíveis, é interessante iniciarmos com um conceito claro e objetivo do que vem a ser a gestão de riscos corporativos.

Se fizermos uma análise sobre a atividade empresarial, rapidamente constataremos que essa é, por si só, uma atividade de risco. O indivíduo que deseja se tornar empresário sabe — desde o início — que enfrentará inúmeros desafios para se manter competitivo e sólido no mercado.

É nesse cenário desafiador e permeado de incertezas que administradores e gestores podem — e devem — investir em técnicas para colocar a empresa em segurança e alcançar bons resultados.

A gestão de riscos corporativos baseia-se exatamente no processo de planejamento, organização e controle de recursos — que podem ser materiais e humanos —, com o foco principal de evitar prejuízos às finanças e à imagem empresarial.

Gerenciar riscos, portanto, envolve aplicar estratégias para evitar — ou minimizar — os impactos de algum desvio ou problema. A intenção é possibilitar que o negócio se mantenha no caminho do crescimento e prevenir danos à sua reputação.

Os riscos empresariais também podem ser positivos.

Mas é sempre oportuno enfatizar que também existem riscos positivos. Ou seja, apesar de estar comumente ligada a situações negativas, a gestão de riscos pode ser utilizada para maximizar os efeitos de um risco positivo, como a possibilidade de desenvolver um novo produto por meio de uma pesquisa.

Portanto, resumidamente, estamos lidando com um processo que tem como principal objetivo potencializar os riscos positivos e minimizar os efeitos negativos de um evento que seja prejudicial ao seu negócio.

Compreenda por que isso é tão importante para sua empresa

Muito se fala sobre a importância de se investir em uma gestão de riscos eficiente — mas você sabe quais os benefícios que isso pode trazer ao seu negócio?

Ter essa visão é imprescindível para compreender o processo e se dedicar da maneira adequada à metodologia. Muitas vezes, por desconhecerem as vantagens e considerarem a atividade complexa, muitos gestores abandonam esse projeto e passam a enfrentar sérios desafios.

Portanto, para que você não caia nessa armadilha e se empenhe ainda mais na busca por resultados positivos para a sua empresa, conheça, a seguir, as principais razões para adotar a gestão de risco em seu cotidiano:

Estimula a cultura de qualidade

Qualidade — seja do produto ou do serviço prestado — é um dos maiores objetivos das empresas. Afinal, para se destacar, é preciso desenvolver um trabalho de excelência. A gestão de riscos é uma excelente maneira de comprometer e engajar seus colaboradores em torno do alcance das metas da empresa, fazendo com que todos se esforcem para identificar situações que possam desviá-los do resultado pretendido. Isto é, o gerenciamento dos riscos é um complemento da gestão de qualidade e contribui para o desenvolvimento empresarial.

Prepara a empresa para situações inesperadas

Outro benefício expressivo dessa metodologia é que a empresa fica mais preparada para enfrentar os desafios e obstáculos que surgem de maneira inesperada.

As razões para isso são simples: a gestão de riscos antecipa ameaças e aceita que fatos negativos estão sempre sujeitos a acontecer. Dessa forma, os gestores e funcionários são mais calculistas e preparados para lidar com os problemas e desenvolver estratégias para reverter o quadro sem maiores impactos.

Fortalece a mentalidade de risco

Pode parecer estranho, mas outra vantagem de se apostar em gestão de risco é justamente a mentalidade de risco que ela gera na empresa.

Como dissemos, o risco nem sempre é negativo — e a empresa precisa se preparar para atuar em qualquer situação. Ou seja, é preciso neutralizar problemas e potencializar as vantagens que possam surgir de um determinado evento.

Auxilia na redução de custos

Cortar gastos nunca foi tão importante para as empresas como nos dias atuais. O cenário de crise econômica — somado ao aumento da concorrência — faz com que os negócios busquem por maneiras de se tornarem mais competitivos.

Como você sabe, para ser competitivo é preciso reduzir custos e essa nem sempre é uma tarefa simples de ser executada. Por outro lado, gerenciar fatores de perigo é uma premissa para o compliance. A atuação em conformidade com as leis e regras — tanto internas quanto externas — reduz as chances de multas e demais perdas financeiras.

Otimiza o capital da empresa

Uma ameaça mal gerenciada tem o potencial de afetar as finanças e o caixa da empresa, já que pode encarecer o processo produtivo, reduzir os lucros e até comprometer a produtividade dos colaboradores.

Nesse contexto, conclui-se que uma análise mais detalhada do cenário contribui para uma gestão estruturada e eficiente, o que mantém o equilíbrio financeiro e facilita o aproveitamento das oportunidades.

Cria valor para o empreendimento

A gestão de riscos é algo que contribui significativamente para a tomada de decisões acertadas dentro da empresa. Os gestores e empreendedores estão sempre mais informados e aptos a fazerem as escolhas que mais beneficiam as atividades da corporação.

Obviamente, um empreendimento bem comandado e preparado consegue se sair melhor em situações de crise — e isso acaba refletindo positivamente em sua imagem no mercado.

Saiba quais são os componentes do risco

Para identificar e neutralizar uma ameaça (ou, no caso de um risco positivo, potencializar os benefícios), é preciso dominar a sua essência. Por isso, um bom gestor deve conhecer em detalhes os três principais componentes de um risco:

  1. evento;
  2. probabilidade;
  3. impacto.

Caso você ainda não os conheça, não se preocupe! A seguir, falaremos um pouco sobre cada um desses elementos. Acompanhe com atenção!

1. Evento

Durante a análise de risco, sempre que você ouvir falar em evento, lembre-se de que estamos nos referindo à situação que gerou o risco, seus efeitos e consequências.

Ou seja, o evento é a causa, aquilo que gera o risco e tem potencial de afetar o equilíbrio e o funcionamento do negócio.

Por exemplo, o desenvolvimento de uma pesquisa na área de tecnologia é um evento que pode ser considerado e acompanhado, já que tem o potencial de produzir algum resultado positivo (risco positivo).

2. Probabilidade

A probabilidade é um conceito simples e conhecido dentro do cotidiano empresarial. Em resumo, é a possibilidade de que o risco realmente aconteça e gere todos os efeitos positivos ou negativos possíveis.

Assim, como exemplo, no caso da contratação de um funcionário sem um critério objetivo e com histórico ruim, qual a probabilidade de que ele venha a adotar um comportamento inadequado e prejudique a imagem de seu negócio?

É muito importante realizar esse tipo de análise — e esse é um dos elementos mais importantes, especialmente porque prever resultados não é uma tarefa simples.

3. Impacto

Em relação ao impacto, também não há segredos. Quando se fala em impacto, a análise está se concentrando nos efeitos reais que o risco produziu ou produzirá na empresa. Observe que os impactos podem ser de diferentes tipos, como:

  • financeiros;
  • na reputação do negócio;
  • no relacionamento com o cliente;
  • no clima organizacional;
  • no mercado;
  • nas relações de consumo;
  • no meio ambiente;
  • na comunidade em que a empresa está inserida.

Em outras palavras, o impacto é a exata dimensão e extensão da consequência gerada por um risco — e mede a sua relevância para a empresa, levando-se em consideração a posição, a imagem e a rentabilidade do empreendimento no mercado.

Cálculo da exposição ao risco

Conhecendo os três componentes do risco, é possível calcular a exposição de sua empresa a esse tipo de situação. Para isso, você deve multiplicar a probabilidade de que ele ocorra pelo impacto que tem o potencial de causar.

Por exemplo, durante a gestão de pessoas, qual a probabilidade de surgir algum risco trabalhista? E, caso haja a violação de um direito trabalhista, qual é o impacto disso para a empresa (multas, processo, perda de credibilidade, queda na retenção de talentos)?

É interessante observar que quanto maior for a possibilidade de um risco acontecer, assim como a dimensão de seus impactos, mais atenção ele merece.

Por isso, fique atento a esse cálculo e dê a devida atenção a situações que tenham um elevado potencial de prejudicar o funcionamento, a produtividade e a rentabilidade da companhia.

Saiba como identificar riscos empresariais

Prosseguindo com este conteúdo, vamos ajudá-lo, agora, a identificar os riscos empresariais. Afinal, esse é um dos maiores desafios de um gerente e deve ser uma de suas maiores curiosidades.

Trazendo para a realidade corporativa, o risco é uma situação que gera resultados imprevisíveis — pelo menos a maioria deles —, já que, dificilmente, você conseguirá definir com exatidão se ele vai gerar um problema ou uma oportunidade.

Pensando nisso, reunimos algumas dicas interessantes que tornarão o processo de identificação mais simples e contribuirão para uma tomada de decisões mais rápida e qualificada. Acompanhe:

Conheça os tipos de riscos

O primeiro passo para identificar um risco com sucesso é conhecendo os diversos tipos que podem surgir em seu cotidiano. É importante lembrar que alguns deles se relacionam à imprevisibilidade — sobre a qual tratamos anteriormente — e, por isso, merecem toda a sua atenção.

Assim, de modo geral, podemos identificar três principais tipos de riscos. A saber:

  1. situações que você conhece;
  2. situações que você entende que desconhece;
  3. situações totalmente desconhecidas.

Não é preciso dizer que, entre os três tipos de riscos, as situações desconhecidas são as mais perigosas para o negócio. Afinal, sempre que conhecemos e prevemos algo, lidar com os efeitos e traçar estratégias de intervenção se torna mais fácil.

Por outro lado, aquilo que você não prevê pode ser uma surpresa e, sendo negativa, pode ser um fator extremamente prejudicial à empresa.

Nesse sentido, ressaltamos a importância de fazer com que a gestão de riscos e a gestão de crises caminhem lado a lado. A união dessas duas metodologias traz mais segurança e tranquilidade na condução da empresa.

Fique atento à rotina de sua empresa

A capacidade de observar é extremamente importante para o processo de identificação de riscos. Um bom gerente de compliance sabe que agir em conformidade com as regras é um objetivo que só se alcança com muita dedicação e monitoramento.

Para isso, você pode adotar algumas estratégias, como:

  • circule entre os setores;
  • observe a postura dos seus colaboradores;
  • monitore a produtividade das equipes;
  • analise como tem sido o contato com o público;
  • conheça os responsáveis pelas tarefas mais estratégicas;
  • acompanhe a seleção e o recrutamento de talentos.

Em resumo, é importante que você conheça a rotina dentro de sua empresa e todos os funcionários de sua equipe, pois isso facilita que situações fora do padrão sejam rapidamente identificadas.

Invista em análise de riscos

A análise de riscos é uma estratégia que contribui para a identificação de situações que possam desencadear problemas para o negócio. Afinal, o maior objetivo dessa técnica é analisar e identificar riscos existentes no ambiente de trabalho.

Como dissemos, toda empresa está exposta a esse tipo de problema e eles são de diferentes naturezas — desde questões envolvendo a saúde de colaboradores a questões morais, como o envolvimento com atos ilícitos e o próprio assédio sexual. Por esse motivo, é preciso desenvolver uma análise de riscos completa e eficiente, que dê conta de toda a complexidade de um ambiente corporativo.

Para tanto, existem 4 passos básicos, que devem ser seguidos por quem pretende estruturar uma boa análise:

  1. desmembre o trabalho em atividades — conheça cada etapa do trabalho;
  2. identifique e liste os riscos observados em cada atividade;
  3. faça um relatório sobre o risco — local, pessoas expostas, possíveis causas, fatores que contribuem e consequências;
  4. elabore um plano para controle do risco.

Faça um checklist

Gestores mais experientes e acostumados com esse tipo de trabalho desenvolvem a habilidade de reconhecer um risco de maneira mais rápida e sem grandes esforços. No entanto, caso ainda não tenha essa capacidade, isso não significa que você está em desvantagem, já que existem alguns métodos que podem ser utilizados.

A montagem de um checklist, por exemplo, torna o monitoramento do trabalho muito mais efetivo. Com uma lista das situações que precisam ser verificadas, o gestor mantém o controle da situação e não deixa passar nenhum detalhe que possa se tornar um fator de risco.

Portanto, faça uma análise prévia de algumas situações que tenham esse tipo de potencial e crie sua própria lista de verificação.

Aliás, é importante salientar que cada negócio possui uma realidade e pode estar mais vulnerável a um ou outro tipo de risco. Por essa razão, é necessário que a análise e a montagem do checklist seja personalizada e esteja de acordo com a sua realidade.

Estruture uma boa política de compliance

Já ouviu falar em compliance? Caso ainda não domine esse assunto, é interessante começar a estudá-lo e avaliar os benefícios que a governança corporativa pode trazer.

Resumidamente, é o processo responsável por manter a empresa atuando em conformidade com leis, regras e regulamentos internos e externos. Nesse sentido, o compliance é mais um aliado dos gestores e empreendedores na busca por um negócio mais produtivo e longe de riscos negativos.

Por isso, neste tópico, apresentaremos algumas dicas para estruturar uma política de compliance.

Elabore um regulamento interno para a empresa

Ter um documento que norteia as atividades empresariais é uma maneira de assegurar que o trabalho executado está de acordo com o esperado e longe de riscos desnecessários.

Portanto, é aconselhável se reunir com outros gestores e superiores para elaborar um código de conduta para a empresa. Cuide para que ele seja o mais completo possível e contenha orientações variadas, como:

  • regras de segurança do trabalho;
  • regras de conduta moral e ética na empresa;
  • regras para o contato com o público;
  • orientações sobre como se portar no horário de trabalho;
  • orientações para lidar com situações de risco.

Seja o mais transparente possível e procure utilizar uma linguagem clara, que não deixe dúvidas sobre o tipo de comportamento que a empresa espera de cada funcionário. Lembre-se de publicizar esse documento para todos os colaboradores e enfatize o quanto isso é importante não só para o negócio, mas para eles também.

Escolha uma boa ferramenta de monitoramento

Nossa segunda dica é a escolha de um bom programa de monitoramento de funcionários. Via de regra, esse tipo de estratégia aumenta a produtividade da empresa e ainda facilita que as regras internas e externas sejam cumpridas.

O gestor consegue ter acesso a dados relevantes e acompanha de perto como os empregados estão gerenciando seu tempo. Além disso, os relatórios gerados são imprescindíveis para um acompanhamento mais qualificado e permite manter todos em conformidade com as regras determinadas.

Procure a ajuda de especialistas

Elaborar um bom projeto de compliance pode não ser tão simples e, caso você se sinta inseguro, é sempre bom contar com o auxílio de especialistas.

Mas, tome bastante cuidado! É fundamental que o profissional — ou a empresa — seja de confiança e tenha um bom domínio de leis, normas e regras a que seu negócio esteja submetido, já que cada ramo de atuação possui obrigações específicas.

Planeje os processos diários da gestão de riscos

Para finalizar, separamos os passos essenciais para um bom planejamento dos processos diários da sua gestão de risco. Mas, é importante dizer que não existe uma regra única. Ou seja, o planejamento varia de acordo com as necessidades e possibilidades do empreendimento.

De qualquer maneira, acompanhe, a seguir, algumas premissas que não podem faltar em qualquer planejamento de gestão de riscos corporativos.

Elaboração do Plano de Gestão de Riscos (PGR)

O Plano de Gestão de Riscos é o documento responsável por guiar todo o seu gerenciamento — e deve conter as respostas para as seguintes questões:

  • Qual a metodologia aplicada para a identificação de riscos?
  • Quais processos serão executados e com qual periodicidade?
  • Quem ficará responsável por essa atividade?
  • Como será realizada a coleta e a análise de dados?

Identificação dos riscos

Após elaborar o PGR, é hora de passar para a primeira etapa do processo. Comece a observar o cenário e a identificar possíveis riscos, sempre atentando para o contexto interno e externo da empresa.

Lembre-se de reunir o máximo de detalhes sobre cada um desses eventos, pois isso tornará a próxima etapa mais simples.

Análise de dados

Nessa fase, você deve observar os dados coletados e avaliar a probabilidade de ocorrência de cada uma das situações de risco, bem como seus possíveis impactos no funcionamento da empresa.

Em seguida, faça uma lista organizando os riscos por ordem de importância e por capacidade de alterar o cotidiano da empresa.

Elaboração das respostas

A elaboração das respostas nada mais é do que a escolha das melhores técnicas para enfrentar e minimizar os impactos negativos — ou potencializar os efeitos positivos derivados de uma determinada situação. Com isso, você pode chegar a diferentes conclusões:

  • o risco não pode ser enfrentado e, portanto, você deve aceitá-lo;
  • o risco pode ser reduzido;
  • o risco pode ser eliminado;
  • o risco é positivo e pode ser potencializado;
  • o risco pode ser transferido e, nesse caso, pode ser necessário estudar a contratação de um seguro.

Ao longo do post, você teve acesso a inúmeras informações relevantes e que farão a diferença no processo de gestão de riscos corporativos na sua empresa. Este material foi elaborado para simplificar essa atividade e proporcionar que mais negócios possam desfrutar de todas as vantagens aqui apresentadas.

Portanto, não perca mais tempo e comece a colocar em prática todos esses conhecimentos, mantendo a sua empresa mais segura e preparada para lidar com imprevistos e com as possíveis consequências — negativas ou positivas — de um risco.

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