Clientes insatisfeitos, aumento de horas extras dos outros membros do time, custos de contratações temporárias para suprir funcionários faltosos, entre outros prejuízos. O absenteísmo no trabalho tem causado grandes dores de cabeça a estudiosos e gestores, uma vez que seus efeitos trazem consequências negativas na produção, no nível de estafa dos demais funcionários, no caixa e no relacionamento entre membros da equipe. Para piorar, suas causas advêm de múltiplos fatores, o que torna complexo seu gerenciamento.
Os índices de absenteísmo considerados adequados na literatura especializada circulam entre 2,5% e 3% ao mês, mas algumas empresas consideram taxas de 5% ao mês dentro da zona de normalidade. Entretanto, em algumas empresas (como as de Call Center), esses índices ultrapassam os 10%.
Quais são os fatores que contribuem para elevar esse índice em sua organização? Como reduzir essas taxas? Acompanhe-nos atentamente a partir de agora para sanar essas dúvidas e melhorar a performance de seu time!
Você sabe calcular a taxa de absenteísmo no trabalho?
De que adianta entender as causas se sua empresa sequer sabe mensurar o nível de absenteísmo de sua equipe? Então vamos entender isso melhor.
A taxa de absenteísmo é calculada por uma fórmula simples:
Absenteísmo = [horas perdidas (faltas + atrasos) / horas totais] x 100
Para exemplificar, vamos imaginar que uma central de Call Center tenha 20 operadores com jornada de 6 horas/dia. Agora suponhamos também que estes profissionais trabalhem 22 dias em abril (total de horas: 20 X 6 X 22 = 2.640).
Imagine agora que 12 desses operadores tiveram um atraso de 15 minutos no mês (12 x 15 = 180 minutos = 3 horas) e que 15 deles tenham faltado 2 dias, ou seja, 30 faltas no total (30 x 6 horas = 180 horas).
Utilizando a fórmula acima, temos que:
- Horas perdidas = faltas + atrasos = (180 horas + 3 horas) = 183
- Horas totais = 20 operadores x 6 horas x 22 dias = 2.640
- Absenteísmo = [183 /2.640] x 100 = 6,93% (índice elevado).
O que contribui para o absenteísmo?
Uma vez que você já saiba quantificar a dimensão do absenteísmo em seu ambiente laboral, vale a pena conhecer as variáveis que o influenciam:
1. Falta de infraestrutura de trabalho
Ainda usando o exemplo de uma operadora de Contact Center. Imagine uma central que não disponha sequer de um sistema de discagem preditiva, mas exija dos profissionais uma carga de ligações acima da média do mercado. Ou um escritório contábil formado por profissionais que são obrigados a consolidarem balanços em planilhas do Excel. Não adianta apenas ter um bom piloto; para vencer uma corrida é preciso também ter um carro de elite.
2. Fixação de metas inalcançáveis/extrema pressão por resultados
Diversos estudos mostram que o trabalho é uma das fontes de satisfação das necessidades humanas, de autorrealização e de elevação da autoestima. Todavia, o ambiente profissional também pode ser um canal de desenvolvimento de enfermidades, desmotivação e depressão, devido a fatores como carga de trabalho exagerada, pressões crescentes por resultados cada vez maiores, horas extras frequentes para alcance de metas inatingíveis, intolerância da chefia e redução do quadro de funcionários.
No epicentro de todas essas variáveis está a pressão pelo aumento da produtividade em níveis sobre-humanos, fato que costuma culminar na explosão dos índices de absenteísmo e turnover (desligamento) na empresa. Se você é gestor, lembre-se de que a fixação de metas deve ser feita com base em indicadores de desempenho (KPIs), bem como um diálogo franco com todos os membros da equipe. Decisões autoritárias ligadas ao aumento de produtividade só contribuirão para elevar o estresse interno, índices de rotatividade e afastamentos de toda a sorte.
3. Liderança autocrática/assédio moral
A solução para o absenteísmo passa por liderança eficiente e comunicação com os liderados. O problema é que também está justamente na gestão dos subordinados um dos principais fatores para a ampliação do índice de absenteísmo no trabalho. Muitas empresas possuem apenas chefes, não líderes.
São comandantes cuja autoridade foi apenas outorgada (não conquistada, como no caso de um verdadeiro líder), com comunicação fortemente vertical e descendente. Baseiam-se em uma permanente relação de desconfiança e o controle de desempenho da equipe é baseado tão-somente em punições, não em recompensas.
Esse ambiente de ordens, gritos, estresse e tensão corriqueira — propagada por chefes coercitivos — estimula o sentimento de “fuga” dos funcionários, que passam a enxergar no ambiente de trabalho um verdadeiro cárcere. Profissionais que se sentem humilhados por suas chefias têm muito mais chances de buscarem afastamentos por alegações diversas.
4. Falta de políticas de valorização profissional
A percepção de justiça dos trabalhadores é outro dos principais aspectos psicológicos que impactam os índices de absenteísmo no trabalho. Se sua empresa acabou de contratar um novo gerente vindo de fora, deixando de lado diversos colaboradores talentosos que estavam há anos na organização esperando valorização profissional, certamente você contratou um, mas acaba de perder dezenas.
Para valorizar, entretanto, é preciso conseguir medir e comparar desempenhos. Se sua empresa não possui nenhum método objetivo de análise de performance (como softwares de controle de produtividade), os equívocos nas promoções serão inevitáveis, o que desencadeará uma série de aumentos de taxas indesejáveis na empresa (como turnover, faltas, baixa produtividade da equipe presente, etc.).
5. Sem retorno, sem esforço: onde está o feedback?
Feedback é fundamental para que o funcionário entenda o que a empresa espera dele, assim como para compreender a real distância entre o que o cargo exige e sua postura no trabalho. Quando o colaborador fica “abandonado”, sem qualquer diálogo sobre seu desempenho, a desmotivação não tarda a chegar. Assim como no caso do assédio moral, perceber que seu trabalho é ignorado na empresa traz um sentimento de indignidade, desqualificação e insignificância.
Nesse ponto, mais uma vez, ter um software de controle de produtividade é fundamental para compreender os gaps de competência de cada funcionário.
6. Tarefas repetitivas
Atividades repetitivas, além de colaborar para o desenvolvimento de Lesões por Esforço Repetitivo (LER), conduzem os profissionais ao tédio, à sensação de estagnação profissional e à desmotivação completa no ambiente de trabalho.
É preciso que o trabalhador se sinta desafiado, estimulado a superar seus limites (dentro de sua capacidade). A rotação de cargos é uma técnica muito usada em muitas empresas para manter acesa a chama da motivação no espírito dos funcionários.
Quais são os custos do absenteísmo?
Os custos do absenteísmo são silenciosos, porém devastadores. Um estudo sobre o tema feito por pesquisadores do Centro Universitário de Brasília (Uniceub) extraiu um case dos Correios para exemplificar o tamanho do prejuízo que muitas empresas arcam sem perceberem.
Segundo a pesquisa, de janeiro a setembro de 2005, os Correios registraram ausência média de 21 mil funcionários/mês, os quais (juntos) foram responsáveis por incríveis 221.052 dias de ausência total.
Levando em conta que o salário médio, à época, era de pouco mais de R$ 2,5 mil e que as despesas pagas mensalmente para funcionários afastados por enfermidades ultrapassam os R$ 18 milhões, durante os 9 meses avaliados, o custo total do absenteísmo nos Correios foi de mais de R$ 169 milhões. Sua empresa não pode desprezar os efeitos desse problema.
Se as altas taxas de absenteísmo têm incomodado sua gestão, vale a pena conhecer os 6 segredos da gestão de demanda em BackOffice que trarão orientações para superar estas e outras dificuldades do dia a dia da sua empresa. Deixe sua opinião em forma de Comentário, ao final do post.